Wednesday, December 20, 2006

Conto de Natal

O Mistério do Chester

É impressionante o que pode a tecnologia. Aqui, olhando para a cordilheira, confiro o desempenho de nossa granja, ao pé da grande montanha, com o meu PS2 Portable, gentilmente raqueado por Gisela, uma Colombiana que trabalhava na IBM de Zurich até ter um surto de stress e vir para uma vida de paz e tranqüilidade em nosso mosteiro...

Nossa granja tem seus produtos consumidos por todos, embora poucos saibam que criamos aves. Eu me orgulharia de dizer (caso isso tivesse alguma relevância diante da grandeza de meu ser – usei a imagem para que as pessoas meramente humanas que me lêem entendam), que temos aqui uma experiência tecnológica única.

Tudo começou há cerca de 60 anos. A guerra mundial havia acabado e as pessoas estavam muito irritadas com os prussianos, especialmente com pessoas que como o monge Fritz, à época, trabalhavam com genética. Fritz, antes de se fazer monge e encontrar a verdade catódica, trabalhava com experiências genéticas em seres humanos.

Desnorteado com a morte do Fürer e a perseguição americana, veio para nosso mosteiro. Aqui, parou de trabalhar com meninos africanos e começou a se preocupar em melhorar a qualidade de nossos frangos.

Expondo-os a quantidades cada vez maiores de raios catódicos e manipulando um pouco a ordem das letras onde a Luz grava sua verdade no interior profundo das células, conseguiu prodígios.

Sei que muita gente duvida quando falo isso, mas os Chesters existem. Ninguém nunca viu nenhum fora do saco plástico, porque eles só vivem no Himalaia. O argumento de que ele foi produzido industrialmente porque não tem pescoço é falso. A Luiza Erundina também não tem pescoço e não foi feita em uma fábrica (ok, o exemplo foi péssimo, mas não invalida o argumento, mesmo que a Luiza tenha sido feita em uma fábrica)....

Os Chesters nascem sempre de dois ovos. Sim, os ovos do Chester, como os dos homens, vêm em pares. De um dos ovos, nascem o coração, o fígado, a moela, a cabeça, os pés, todos envoltos em uma membrana que depois vai se transformar em poliuretano ao contato com a água do degelo. DO outro ovo, nasce um bichinho lindo, sem penas e sem cabeça, que cresce devagarzinho dentro de uma membrana muito similar à anterior. Este lindo animalzinho cresce deitado, pois suas formas privilegiadas não permitem que ele fique de pé.

Em três dias, eles têm quase quatro quilos e prendem a respiração em um lindo ritual de auto-sacrifício, se matando para que possamos vendê-los. Os sacos mucosos são lavados e tornam-se plásticos. Durante a viajem de avião para o Brasil, o saco grande fagocita o pequeno que vai parar dentro da cavidade interna do bichinho. Em Santa Catarina, nossos clientes da Perdigão fazem o resto do trabalho.

Feliz Natal, comemorem o aniversário do pequeno Ben Joseph, bom companheiro de copo e cara que sabia das coisas. Aprontamos muito na Galiléia, ele merece a festa!

Que a Luz Catódica envolva a todos e predisponha as mulheres a serem dadivosas, os homens incansáveis e os que não se decidiram ainda sobre em que grupo estão, a serem mais discretos.

Comam nossos produtos que o Fritz e a Luz Catódica garantem. Cliquem em nossos anunciantes, pois só clicar salva (e também me dá um troco)!

Meh

1 comment:

Ana said...

Ave, Meh!
(hehehe... podre o trocadilho, né...foi mal...ahahahaha)
:)