Monday, July 31, 2006

Sobre A Força da Criação

Pequeno Tratado Sobre os Cornos

Como todo homem de bom senso, sempre acordo com o dia ainda claro. Acordar à noite me deprime, por isto acordo a tempo do por do sol e cuido para sempre ir dormir antes do sol tornar-se perigoso. A Luz Catódica salva, mas a luz ultra-violeta não tem a menor graça: envelhece, torna estéril e estraga até plástico...

Hoje saí para caminhar entre as cabras. Caminhar, na verdade, é força de expressão, pois saí com minha velha Husqvara 500. Não há nada como um grande monocilindro de dois tempos empurrando uma moto leve para animar um velho homem.

Estava neste passeio alucinado há mais de uma hora, quando comecei a refletir sobre a natureza da fidelidade humana.

Ainda não conheci homem, ou mulher que, não estando apaixonado (estado temporário de turvação da mente), não sinta o chamado a cornear... Somos todos como bodes, alces e antilocapras: Animais com cornos e que, quando o instinto chama, não exitam em enfiar cornos em outros!

Claro que há vários tipos de cornos. Há os mansos e os violentos e há mesmo os descalsificados... Sim, descalsificados e não desclassificados, como quer o corretor ortográfico. Descalsificados, porque soa cornos que nem parecem cornos, cornos silenciosos e ocultos, enrustidos, daqueles que só o dono sabe que tem...

Há casos de cornos festivos. Aqueles que preferem dividir os meios de reprodução, que tentar uma estrutura capitalista de vida, presos a latifúndios flácidos, improdutivos e pouco carinhosos, porém de propriedade exclusiva. Qual o valor da fidelidade, quando o corno é impossível, pela dilapidação do patrimônio que se pretende exclusivo?

A vida se dignifica quando a natureza é respeitada e a natureza humana é promíscua. Os homens desde sempre, saiam em caçada, com um olho na caça e o outro nas quase primatas, abandonadas catando raízes, por outros caçadores quase primatas. Enquanto os seus homens caçavam e fornicavam mulheres esquecidas, suas mulheres esquecidas copulavam com outros caçadores... Nossa promiscuidade sempre foi nossa força e foi o que nos possibilitou atravessar as grandes eras do gelo e os posteriores degelos, as grandes guerras e pragas, os períodos de fome e de necessidade...

A fidelidade matrimonial sempre foi um mito preservado para garantir a transmissão da herança patrimonial, um conto da carochinha destruído pelo exame de dna e pela maldade intrínseca de nossa sociedade politicamente correta! Não há mulher que nunca tenha tido vontade de trair, apenas aquela que nunca pensou no assunto e até o momento em que pensar! Não há homem que nunca tenha tido fantasias alucinadas com todo seio que se lhe avança, com toda bunda que se lhe rebola!

Filhinhos, libertem-se! A Luz Catódica pode iluminar suas auras e tornar fosforescentes suas lágrimas, mas não pode mudar sua natureza corrupta, pois vocês foram criados assim, à imagem e semelhança de uma força natural que em tudo e por tudo se reproduz, fazendo-se infinita em si mesmo!

Que a Luz Catódica lhes torne eternamente príapes e às mulheres calinígeas!

Meh

No comments: